Entre os dias 30 de abril e 03 de maio, Araguari, cidade do Triângulo Mineiro, foi sede de um evento histórico para a Educação Superior no Brasil: o “Simulation as a Teaching Tool (SATT)”. O curso para a formação de instrutores em simulação realística foi ministrado por professores da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que vieram de Boston (EUA) para realizar de forma inédita no Brasil este curso.
Foi a primeira vez que o país recebeu um evento dessa magnitude no âmbito educacional, relacionado à simulação em medicina. O SATT foi um curso de 4 dias de imersão em simulação realística, destinado aos profissionais da saúde e educadores que buscam o desenvolvimento de programas de alta qualidade. O curso abrangeu elementos e conceitos envolvidos no uso da simulação como ferramenta de ensino-aprendizagem, com o intuito de formar instrutores para atuar no Centro de Simulação Realística Reitor Bonifácio Andrada, o maior da América Latina.
O SATT, promovido pelo Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (IMEPAC), foi ministrado por três docentes do The Center for Medical Simulation (CMS), vinculados à Harvard Medical School, dos Estados Unidos. Fundado em 1993, The Center for Medical Simulation (CMS) foi um dos pioneiros centros de simulação em saúde mundial e continua a ser líder global em simulação.
Impressionado com a estrutura que encontrou em Araguari, Brad Morrison, P.h.D pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), disse
“a tecnologia e o prédio são absolutamente fabulosos, de primeira classe […]”.
O professor explicou a importância do uso de simulações para o aprendizado na área da saúde dizendo que
“existem evidências convincentes em muitas partes do mundo, especialmente em nossa região, em Boston, de que clínicos que passaram por estes tipos de treinamentos têm taxas menores de erros, eventos adversos e outros resultados que não são desejáveis aos pacientes.”
Segundo dados disponibilizados pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), no ano de 2017, 54.076 pessoas morreram em decorrência de erros médicos, ou seja, morrem seis pessoas por hora no Brasil. A definição para erro médico, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) é
“o dano provocado no paciente pela ação ou inação do médico, no exercício da profissão, e sem a intenção de cometê-lo. Há três possibilidades de suscitar o dano e alcançar o erro: imprudência, imperícia e negligência”.
Diante deste cenário, objetivo principal do curso é formar instrutores que possam ensinar técnicas aos alunos da área da saúde por meio de situações simuladas. Esse modelo de ensino-aprendizagem possibilita uma formação mais completa para médicos, enfermeiros e outros profissionais. Seu intuito é diminuir a incidência de erros médicos e, por consequência, diminuir esse número exorbitante de mortes por essa causa no país.
“Com a capacitação desses professores, com certeza, formaremos profissionais ainda mais qualificados, mais humanizados e mais preparados para enfrentar o mercado de trabalho e, principalmente, para proporcionar mais qualidade na saúde. Os efeitos desse projeto proporcionarão benefícios para varias gerações com melhorias na qualidade do ensino e na prestação dos serviços que oferecemos à comunidade “, afirmou o diretor executivo do IMEPAC, José Júlio Lafayette.