Exercício Físico e Fibromialgia

Exercício Físico e Fibromialgia

A fibromialgia (FM) é uma doença cujos sintomas são, principalmente, dor difusa, fadiga crônica, rigidez matinal, podendo os pacientes apresentarem ansiedade e depressão.

Na população adulta dos países ocidentais existe uma estimativa de que 2 a 4% dessas pessoas sofram com a FM. No Brasil 2,5% da população sofre de tal doença, sendo a maioria do sexo feminino, das quais 40,8% se encontram entre 35 e 44 anos de idade. Dentre as formas de tratamento, o exercício físico tem posição de destaque.

A principal consequência do exercício físico é sua capacidade de diminuir as dores difusas nos pacientes, auxiliando assim, de forma ímpar, o tratamento medicamentoso.

Entre os diferentes métodos de exercícios e seus impactos sobre os sintomas da FM aqueles relacionados aos exercícios aeróbios são predominantes na literatura, mas tanto alongamento quanto treinamento de força tem demonstrado seu valor.

No entanto, a oferta do melhor protocolo de exercício para a adesão do paciente é um desafio. Assim, nossa equipe de pesquisadores do IMEPAC vinculados aos cursos de Educação Física e Medicina, instituiu a partir do ano de 2018 uma linha de pesquisa a qual tem como principal objetivo o estudo do impacto do exercício, assim como sua ausência, sobre a condição de saúde de pacientes com fibromialgia. Em um primeiro estudo, já publicado em revista científica da USP, realizado por nossa equipe de pesquisadores com 40 mulheres, identificamos a presença, em grande parte destas pacientes, de fatores de risco para doença cardiovascular. Dentre eles destacam-se a hipertensão, obesidade e sedentarismo (presente em 45%, 50% e 92%, respectivamente).

A partir deste, outros estudos estão em andamento visando analisar o impacto de diferentes estratégias de intervenção baseada em métodos de exercícios que poderão ser de grande valia no tratamento dos pacientes com fibromialgia e suas comorbidades. O nosso maior desafio é chegar a um protocolo que leve a maior adesão dos pacientes a esta forma de tratamento não farmacológico. Acreditamos que, nos próximos anos, teremos resultados promissores sobre o assunto.

 

Por:

Prof. Dr. Alexandre Gonçalves

Fisiologista do Exercício Clínico

Pós-Doutorado em Ciências da Saúde

Professor e Pesquisador dos Cursos de Medicina, Educação Física e Enfermagem do IMEPAC.