O suicídio é considerado um fenômeno humano, complexo e universal, por ocorrer em todas as sociedades. Tal fenômeno envolve múltiplas causas e provoca danos em aspectos emocionais, sociais e econômicos em parentes e amigos próximos da vítima. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 800.000 pessoas morrem por ano vitimas de suicídio; a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo e esse número pode chegar a 1,6 milhões em 2020. Apesar de alarmantes, os números podem estar subestimados em 20 vezes em virtude da subnotificação ou inexistência de registros. Tais indicadores colocam o suicídio como um grave problema de saúde pública, por afetar a saúde individual e coletiva.
Mesmo incipientes, os estudos acerca do tema denotam uma correlação entre situação econômica e taxas de suicídio, influência de fatores culturais, sociais e políticos.
Os fatores de risco para suicídio são vários, dentre eles destacam-se tentativas anteriores que são consideradas como o principal fator preditivo, transtornos mentais com destaque para todas as formas de depressão, o uso abusivo de álcool e outras substâncias psicoativas, algumas doenças físicas crônicas e dolorosas, além de outros fatores sócio demográficos como ser do sexo masculino, idade entre 14 e 35 anos ou acima de 75 anos, pessoas divorciadas, solteiras ou viúvas, com dificuldade financeira, profissionais médicos, veterinários, farmacêuticos, químicos, agricultores, que passaram por situações estressoras nos últimos três meses ou que tenham facilidade de acesso aos métodos.
Por outro lado, destacam se os fatores de proteção que são aqueles que reduzem o risco de suicídio, dos quais podemos citar o apoio de relacionamentos significativos como família, amigos ou afetivos, crenças religiosas, vida social satisfatória, acesso a serviços de saúde mental, entre outros.
Existem concepções errôneas acerca do suicídio, ou seja, alguns mitos na sociedade que devem ser divulgados e abolidos, sendo os mais comuns: os que falam em suicídio não farão mal a si próprios, pois querem apenas chamar a atenção; o suicídio sempre acontece sem aviso; as pessoas suicidas sempre querem morrer; quando a pessoa mostra sinal de melhora ou sobrevive a uma tentativa de suicídio nunca mais repetirá o comportamento; falar sobre suicídio estimula o comportamento; o suicídio só acomete outras pessoas, não a mim.
A prevenção do suicídio ainda é um desafio, contudo, envolve ações que busquem melhorar o funcionamento do indivíduo em contextos interpessoais e sociais, diminuir as condições de risco emocionais, físicas e ambientais, além da formulação e implementação de políticas públicas de saúde específicas e efetivas, com abrangência na prevenção, tratamento, reabilitação e redução de danos.
De uma maneira geral, já que estamos expostos, podemos adquirir hábitos saudáveis, melhorar nossa qualidade de vida, e com isso minimizar os riscos com medidas simples que às vezes negligenciamos, tais como: aproveitar momentos de lazer e convivência com os outros, reforçar laços de amizade, viver intensamente momentos com a família, praticar atividade física, ter uma alimentação saudável, não abrir mão de boas noites de sono, reconhecer nossos limites e não ter vergonha de buscar ajuda profissional.
Por: Ismelinda Maria Mendes Souza Diniz
Professora do curso de Enfermagem