Muitas pessoas, desde muito jovens, assumem uma rotina com escola, cursinho e mais algumas horas de estudo. O sonho de muitos é passar em cursos concorridos como o de Medicina, por exemplo. A sensação de competição começa a ser sentida muito cedo, o que gera a sensação de um ambiente hostil: “A qualquer momento alguém vai roubar a minha vaga” ou “Alguém irá me ultrapassar“, favorecendo o estresse que, em tese, só será aliviado quando o indivíduo, então, se adaptar a este meio estressor. Mas, não é o que ocorre. A infindável sucessão de desafios faz a manutenção diária da ansiedade e dificultam o desenvolvimento de habilidade socioemocionais para lidar com os desafios ou adaptar-se. Tudo isso acarreta vários sintomas que podem ser psicológicos, físicos, emocionais…inquietação, fadiga, insônia…
Às vésperas dos vestibulares a pressão aumenta. Os pais e o cursinho cobram resultados e, com isso, a maratona começa: mais horas de estudo, menos horas de sono, crises de depressão e ansiedade são disparados. E, ao contrário do que se pensa, ao entrar na faculdade a cobrança não para. Ao entrar na faculdade o calouro começa o malabarismo de equilibrar vida social, acadêmica, familiar e amorosa.
Esse quadro pode ser o provável gatilho para que a saúde mental dos alunos universitários entre em crise. As IES têm percebido isso através de fatos ocorridos com alunos, dentro e fora das faculdades, tais como crises de pânico, depressão, automutilação, tentativas de autoextermínio, etc. Assim, estratégias de cuidado, para aqueles que a saúde mental já está comprometida e preventivas, têm sido pensadas, após terem contabilizado tais problemas em decorrência do adoecimento psíquico de seus alunos.
Ações preventivas e de cuidado, em parceria com estudantes, podem gerar projetos que tragam bons resultados. Um exemplo foi o mês de prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, abraçada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela promoveu debates sobre saúde mental e criou a iniciativa EQUILÍBRO que promove encontros periódicos para que os alunos possam compartilhar suas dificuldades e eleger temas geradores de pressão para discussão.
O IMEPAC, através do seu Núcleo de Acessibilidade e Apoio Psicopedagógico – NAAP, vem promovendo ações nesse sentido e traçando metas para o cuidado da saúde mental de sua Comunidade Acadêmica.
Por: Juliano Marques Psicólogo do NAAP