O que está por trás da medicina do exercício físico - IMEPAC

O que está por trás da medicina do exercício físico

Medicina é a ciência que visa a conservação e o reestabelecimento da saúde. Este termo também é usado como sinônimo de medicamento (do latim medicamentum), que é a substância que permite prevenir, aliviar ou curar as doenças ou as suas sequelas.

​​Atualmente é conhecido que a prática regular de exercício​s físicos é capaz de agir na prevenção de doenças e como tratamento não farmacológico das doenças já estabelecidas, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas. Mas, você já parou para pensar como simplesmente a realização de trabalho muscular é capaz de promover múltiplos benefícios?

A resposta para esta pergunta esta nas ADAPTAÇÕES, ou seja, a reorganização orgânica e funcional, que a prática REGULAR de exercício físico é capaz de promover no organismo. Adaptações estas que podem ser agudas (logo após a realização de exercício) ou crônicas (duradouras).

As adaptações crônicas são as mais importantes, em termos de tratamento e promoção da saúde. Elas são inúmeras e estão relacionadas a diversos fatores, dentre eles, o tipo de exercício praticado. Neste contexto, podemos destacar aquelas que irão trazer benefícios na prevenção e tratamento de doenças crônico degenerativas, que são aquelas que, levam à deterioração progressiva da saúde. Neste âmbito, principalmente a realização de exercício físico aeróbico (como a corrida, caminhada, dança e natação), irá promover melhora das funções cardiovasculares, do perfil lipídico, redução da glicose sanguínea e da pressão arterial. Ajustes fisiológicos que são benéficos para o tratamento da obesidade, hipertensão e diabetes, por exemplo.

Já a prática regular de exercício resistido, como a musculação, aumenta principalmente a força e a resistência muscular. A melhora destas capacidades físicas é importante, uma vez que facilitam a realização de atividades diárias, como por exemplo, limpar casa e subir escadas. Vale destacar que estas adaptações são especialmente benéficas para os idosos, já que a perda de massa e força muscular são alterações decorrentes do envelhecimento que irão contribuir para a dependência funcional desta população.

Pensando nos benefícios integrativos do exercício, não podemos deixar de citar os efeitos do exercício nos aspectos neurológicos e psicossociais. Durante a realização de exercício são liberadas miocinas (produzidas pelos músculos) que irão atuar em diversos órgãos promovendo melhora, inclusive, das funções cerebrais. Além disso, a socialização que ocorre durante estes momentos de treinamento auxilia no tratamento da ansiedade e depressão, males cada vez mais frequentes na sociedade atual.

Conhecendo tantos benefícios, é importante ressaltar o exercício físico deve ser prescrito levando em consideração o objetivo, as limitações físicas e as preferencias individuais. Assim, esta prática será prazerosa e trará benefícios para a saúde e a qualidade de vida para se viver mais e melhor!

Por:  Dra. Lara Ferreira Paraiso

Professora do curso de Educação Física do IMEPAC

 

Referências

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  1. Fiuza-Luces C., Garatachea N., Berger N.A., Lucia A. Exercise is the real polypill. Physiology. 2013 Sep;28(5):330-58. PubMedPMID: 23997192.

 

  1. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionada à saúde. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. E-book. Disponível em <https://integrada.minhabiblioteca.com.br>.

 

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