O mercado de trabalho contemporâneo se mostra cada vez mais dinâmico, seletivo e competitivo, exigindo características profissionais dos enfermeiros tais como qualificação, criatividade, proatividade, empreendedorismo e inovação (RICHTER et al., 2019; COFEN, 2016).
Diante desse novo cenário, o profissional enfermeiro tem vivenciado novas possibilidades de atuação em novos campos de trabalho. O processo de inovação na área da saúde tem possibilitado à Enfermagem vislumbrar e conquistar novos espaços de atuação, tornando o empreendedorismo importante alternativa para o desenvolvimento social e econômico nacional e internacional (COPELLI; ERDMANN; SANTOS, 2019; RICHTER et al., 2019).
Durante a construção histórica da profissão, a Enfermagem esteve marcada pela dependência e falta de autonomia, o que vem sendo modificado pelo exercício de uma profissão científica, tecnológica, baseada em evidências, dinâmica e inovadora. Nos diversos campos de atuação, os enfermeiros têm lançado mão da liderança empreendedora, aliada à inteligência emocional e à empatia como características inerentes ao cuidado, à atenção à saúde e bem-estar das pessoas (COPELLI; ERDMANN; SANTOS, 2019; RICHTER et al., 2019).
No contexto contemporâneo, o empreendedorismo na Enfermagem está atrelado a características e habilidades pessoais que permitem ampliar a visibilidade e consolidação da profissão como ciência, tecnologia e inovação nos mais diversos cenários e campos de atuação (COPELLI; ERDMANN; SANTOS, 2019; RICHTER et al., 2019; PERES et al., 2017).
A literatura sobre esta temática destaca três tipos de empreendedorismo na Enfermagem: empreendedorismo social, empreendedorismo empresarial e corporativo (ou intraempreendedorismo). O empreendedorismo social figura como o mais frequente aliado ao desenvolvimento social e comunitário (RICHTER et al., 2019; PERES et al., 2017).
Trata-se de um tema amplo e pouco explorado. As possibilidades de atuação do enfermeiro estendem-se desde a promoção da saúde à população ou até sua recuperação e reabilitação. São exemplos de mudanças de paradigmas para o enfermeiro os atendimentos em consultórios, atendimentos domiciliares (home care), cooperativas, auditorias e consultorias como autônomo ou em empresas, atendimento em eventos (dairy care), ensino ou prestação de serviços especializados: vacinação, amamentação, esterilização de materiais de serviços de saúde, transporte terrestre e aéreo de pacientes, aluguel de equipamentos e comercialização de produtos da área hospitalar. Estas constituem algumas das modalidades que permitem ao enfermeiro uma atuação autônoma e empreendedora.
Por: Me. João Paulo Assunção Borges
(Professor do curso de Enfermagem)
Referências:
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Pesquisa perfil da enfermagem no Brasil: banco de dados [Internet]. Brasília (DF): Conselho Federal de Enfermagem, 2016.
COPELLI, F.H.S.; ERDMANN, A.L.; SANTOS, J.L.G. Entrepreneurship in Nursing: an integrative literature review. Rev Bras Enferm [Internet]. v. 2(Suppl 1), p. 289-98, 2019.
PERES, A.M.; EZEAGU, T.N.; SADE, P.M.; SOUZA, P.B.; GÓMEZ-TORRES, D. Mapeamento de competências: gaps identificados na formação gerencial do enfermeiro. Texto Contexto Enferm. v. 26, n. 2, e06250015, 2017.
RICHTER, S.A.; SANTOS, E.P.; KAISER, D.E.; CAPELLARI, C.; FERREIRA, G.E. Ações empreendedoras em enfermagem: desafios de enfermeiras em posição estratégica de liderança. Acta Paul Enferm. v. 32, n. 1, p. 46-52, 2019.