No Brasil, o câncer do colo do útero é a terceira neoplasia maligna que acomete as mulheres, apenas superado pelos cânceres de pele não melanoma e da mama. Foram estimados cerca de 510 novos casos em Minas Gerais para os anos de 2017 e 2018 . Considerando-se somente a população feminina que está em segundo lugar e representa cerca de 15 % de todos os tipos de câncer .
Segundo Lopes et al. (1995), o CA cérvico-uterino no Brasil apresenta altas taxas de mortalidade e morbidade, em decorrência do diagnóstico tardio, sendo que este tipo de câncer pode ser facilmente diagnosticado e apresentar altas taxas de cura quando realizado precocemente. (INCA – INCIDÊNCIA DE CANCER NO BRASIL, 2018)
Esse tema se insere no âmbito da saúde da mulher, área considerada estratégica para ações prioritárias no Sistema Único de Saúde (SUS) no nível da Atenção Primária. A concentração de esforços governamentais, aliada à produção acadêmica e à atuação dos profissionais, trouxe melhorias no acesso à prevenção do câncer do colo do útero em todo o país. Entretanto, ainda se mostra insuficiente como sinalizado nas estimativas de incidência, tendência de mortalidade, e em muitas regiões e situações, o diagnóstico ainda é feito em estágios avançados da patologia.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).
A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou ou Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Clinicamente, a primeira manifestação consiste em sangramento vaginal anormal, em geral após a relação sexual. Desconforto vaginal, corrimento fétido e disúria são manifestações frequentes também. Algumas mulheres com câncer do colo uterino não apresentam sintomas.Frequentemente, ele é detectado no exame ginecológico anual e no esfregaço de Papanicolaou .Os sinais e sintomas do câncer em estágio avançado do colo uterino podem incluir dor pélvica, lombar ou nas pernas, perda de peso, anorexia, fraqueza e fadiga, e fraturas ósseas.
A prevenção primária do câncer de colo do útero refere-se à redução da exposição aos fatores de risco, como início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros, as doenças sexualmente transmissíveis, especialmente a infecção causada pelo HPV e a multiparidade. Além disso, outros fatores têm sido relacionados ao tema sobre o colo do útero em estudos epidemiológicos ainda não conclusivos, dentre eles o uso de anticoncepcional oral, a situações de imunossupressores, diabetes, lúpus, corticoterapia e AIDS ; o tabagismo; além da alimentação pobre em folatos, vitaminas A e C e betacaroteno (QUINTELA 2013). Lembrando que o Sistema Único de Saúde dispõe de vacina contra HPV gratuitamente.
Uma maneira comprovada para prevenir o câncer no colo do útero é a realização de exames, como papanicolaou e HPV, para detectar a presença de lesões pré-cancerosas, antes que elas se transformem em tumores malignos. Uma lesão pré-cancerosa encontrada pode ser tratada, evitando que se torne um CA.
Conhecer informações sobre o perfil dos diferentes tipos de câncer, e caracterizar possíveis mudanças de cenário ao longo do tempo, são elementos norteadores para ações de Vigilância do Câncer – componente estratégico para o planejamento eficiente e efetivo dos programas de prevenção e controle de câncer no Brasil. A base para a construção desses indicadores são os números provenientes, principalmente, dos Registros de Câncer e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS).
No Brasil, no ano de 2018, tivemos 16.370 casos novos de câncer de colo de útero, segundo estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer do MS). Em Minas Gerais tivemos 890 de casos novos de câncer de colo de útero.
Em Araguari, município do estado de Minas Gerais, foram realizados 7.773 coletas de Papanicolau, por meio das quais foram observados 53 casos de alterações; dados fornecidos pelo setor de Mamografia e Papanicolau da Secretaria de Saúde do município, que agradecemos pela cooperação.
Um desafio a ser enfrentado para a prevenção do câncer do útero é que as mulheres ainda se sentem retraídas e desconfortáveis frente ao exame preventivo, afinal, ainda é grande o número de mulheres que não o realizam, sendo importante a compreensão da necessidade da realização do exame preventivo (Papanicolaou) periodicamente e o entendimento sobre a necessidade de realizá-lo, como método de prevenção periódico, e não apenas quando apresentam alguma sintomatologia ginecológica.
O referente estudo foi realizado com base em literatura, dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) e Setor de Mamografia e Papanicolau da Secretaria de Saúde de Araguari-MG, realizado pelos alunos Alyne Romero, Dayane Alaó, Rosana Ferreira, Sara Cristina e Weldison Santos, do 9º período do Curso de Enfermagem do Instituto Master de Ensino Presidente Antonio Carlos de Araguari, sendo orientado pelo preceptor enfermeiro Marcelo Godoi Marques.
Nós alunos, enquanto acadêmicos de Enfermagem do IMEPAC, nos sentimos gratificados pela oportunidade de participar, dividir e absorver tamanho conhecimento prestado pelos campos de atuação oferecidos pela faculdade. Houve a participação e realização da prevenção do câncer de colo de útero, com pré-consultas de enfermagem, coleta do exame preventivo citopatológico, salas de esperas com intuito de orientar as mulheres sobre a prevenção, e promoção da saúde realizado no Expresso Saúde IMEPAC Centro Universitário, nas UBS´s e nos ESF´s.
Autores: Alyne Romero; Dayane Alaó; Rosana Ferreira; Sara Cristina e Weldison Santos; discentes do 9º período do Curso de Enfermagem do IMEPAC