Fatores ambientais, solo, cultura, pragas e doenças têm potencial de influenciar a produtividade de uma lavoura. Tratar este sistema complexo como homogêneo não é interessante ao agricultor e pode trazer baixa produtividade, rentabilidade e qualidade nos seus produtos. Análises por imageamento e georeferenciamento são ferramentas importantes para o gerenciamento mais eficiente do processo produtivo. Uma das formas mais rápidas de entender o que está acontecendo com as plantas no campo em tempo hábil, é a captura de imagens de satélites e VANTs associados ao processamento digital em sistemas de informações geográficas (SIG) e sua interpretação por parte de um especialista. Esta tecnologia, quando aplicada e interpretada em tempo hábil, auxiliará a tomada de decisão no manejo de plantas e evitará perdas associadas na produção.
Tecnologias como a dos drones proporcionam à indústria agrícola uma reforma de alta tecnologia, com planejamento e estratégia baseados em coleta e processamento de dados em tempo real. A PwC estima o mercado de soluções movidas a drones na agricultura em US $ 32,4 bilhões.
Mas o que são drones?
Este termo está se tornando cada vez mais popular para se referir aos pequenos dispositivos parecidos com helicópteros (quadcopteros) que estão sendo usados por milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, há vários outros termos usados para descrevê-los, o que pode tornar as coisas um pouco mais confusas. Parece um pouco estranho, mas essa palavra é usada para não apenas falar de um brinquedo de R$ 100,00 – o qual uma criança pode fazer voar com facilidade, mas também para descrever uma arma de alta tecnologia de milhões de dólares usada em um campo de batalha.
Nathan Oman, da empresa Sky View 3D, acredita que “a coleta e a análise de dados multiespectrais ajudam os produtores de todos os tipos a visualizar e prever com precisão os problemas de doenças, pragas e nutrientes precocemente, para que possam agir com antecedência. Isso ajuda a proteger as lavouras, permitindo que os produtores produzam produtos de maior qualidade e alto rendimento. O uso dessa tecnologia também para aplicações de fertilizantes e fungicidas em áreas problemáticas ajuda a reduzir a resistência a patógenos e reduz o impacto ambiental. Esta tecnologia é o futuro de todas as aplicações agrícolas”. Para começar, estes equipamentos não realizam o mesmo propósito e basicamente todo VANT é um drone mas nem todo drone é um VANT.
Mas antes de criar confusões e aprofundar no assunto, vale ressaltar que a medida que estes dispositivos forem se tornando populares é provável que algumas dessas definições mudem em um futuro próximo pelas agências FAA (Administração Federal de Aviação – Norte Americana) e ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
Fonte: Skyflight robotics e Phantom 4 da DJI
História e importância dos drones
Historicamente o nome “drone” foi batizado a um avião militar controlado por rádio criado na década de 50, o Queen Bee. Enquanto os “Drones” fazem a maioria das pessoas pensar em “um veículo aéreo não tripulado que pode voar com autonomia sem a necessidade de um humano no controle”, este termo pode também ser aplicado a uma grande variedade de veículos terrestres e submarinos. Por exemplo, há navegação com barcos (como a plataforma de pouso do foguete espacial da SpaceX -Falcon 9), submarinos e veículos autônomos (carros e caminhões como o Tesla Semi) que também contam sob a definição de drone. Já o termo VANT que significa um veículo aéreo não tripulado, é relacionado a dispositivos que são capazes de voar remotamente com controladores, tablets, celulares ou de forma autônoma. Basicamente um drone … certo?
Bem, basicamente sim. Os dois termos são frequentemente usados de forma intercambiável. Mas o termo drone parece ter vencido no momento devido a sua popularidade na mídia, filmes e TV. Então, se você usar os mesmos termos em público, é provável que ninguém vá repreendê-lo. No entanto, muitos profissionais da indústria acreditam que VANTs precisam ter capacidade de voo autônoma, enquanto os drones não. Portanto, todos os drones são VANTs, mas não vice-versa. Mas por enquanto, vá em frente e use a frase com a qual você está mais confortável.
Em um passado não muito remoto, pilotos e operadores de drones agrícolas não tinham muita escolha quando iam fazer compras dos dispositivos. Existiam pouca opções de quadcopteros e as principais limitações de tempo de voo eram as baterias, velocidade, escala de trabalho, montagens de câmeras e preço. Com o advento de drones menores e baratos ocorreu devido ao notável avanço tecnológico como diminutos sensores MEMS (acelerômetros, giroscópios, magnetômetros e sensores de pressão), módulos GPS, processadores incrivelmente poderosos e uma variedade de rádios digitais. Todos esses componentes agora estão ficando melhores e mais baratos a uma taxa sem precedentes, graças ao seu uso em smartphones e a extraordinárias economia de escala. Após a introdução de equipamentos com asas fixas como o Disco da parrot em 2016, o Tron e Trinity da Quantum Systems em 2017, a indústria ganhou um novo formato.
Diante disso, convém ressaltar que cada dispositivo possui características inerentes que podem ser vantajosas ou não para determinadas tarefas e objetivos. Falaremos um pouco mais sobre essa questão no próximo artigo. Até lá!
Por: Prof. Dr. Breno Juliatti – Coordenador do Curso de Agronomia