INTRODUÇÃO
A dengue é a doença tropical que está aumentando precipitadamente no mundo e infectando inúmeras pessoas anualmente. Portanto, em países tropicais nos quais as condições do clima são favoráveis a proliferação do mosquito vetor, diversas pessoas correm o risco de se infectar, principalmente nessas áreas circulam um ou mais sorotipos do vírus.
Segundo Zourade Guerra (1999) é fundamental o acompanhamento da atual situação dos quatros sorotipos do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), bem como de todas as dificuldades encontradas para detectar a ocorrência destas infecções e do risco potencial dos danos a população, para que a equipe de saúde da rede de atenção aos serviços do SUS possa adotar estratégias de prevenção.
Apresentado como vetor clássico, o mosquito de hábito diurno e doméstico conhecido por Aedes Aegypti aproveita-se preferencialmente de depósitos de água limpa para deposição dos ovos. Estudos apontam alta resistência de ovos do Aedes na desidratação.
O mosquito adquire o vírus ao se alimentar do sangue de doente que se encontra na fase de viremia, período que começa um dia antes do surgimento da febre e vai até o sexto dia da doença. O vírus vai se localizar nas glândulas salivares do mosquito, onde se prolifera e ali permanece, deixando o artrópode infectante durante toda a sua vida. Uma vez infectada, a fêmea do mosquito inocula o vírus junto com a sua saliva ao picar a pessoa sadia. Além disso, a fêmea também faz a transmissão transovariana do vírus para a sua prole, favorecendo a expansão da doença.
A melhor forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizam a exposição da pele durante o dia (período em que os mosquitos são mais ativos), que proporcionam alguma proteção as picadas, podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também devem ser usados, seguindo as instruções do rótulo, principalmente em gestantes. A rede pública disponibiliza repelentes para esse tipo de prevenção. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos. (Bio-Manguinho/fiocruz, 2014).
Segundo Dráuzio Varella e Carlos Jardim (2009), hoje, a dengue é a arbovirose mais prevalente no mundo. Ocorrem cerca de 10 milhões de casos por ano. Cerca de 3 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco.
DESENVOLVIMENTO
Segundo boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, atualizado em 22 de abril de 2019, Minas Gerais registrou 140.754 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue.
Até o momento, foram confirmados 14 óbitos por dengue e 57 óbitos seguem em investigação. Vale ressaltar que os óbitos em questão foram notificados ao longo de 2019.
Em relação à Febre Chikungunya, já foram registrados 1.301 casos prováveis da doença em Minas Gerais no ano de 2019. Com relação à Zika, foram registrados 497 casos prováveis da doença.
Devido a sazonalidade da doença, neste período de meses quentes e chuvosos (período de maior reprodução do Aedes), apresenta-se maior registro de casos, colocando assim a população em estado de alerta, aumentando o número de casos das doenças (dengue, chikungunya e zika).
Em Araguari nos meses de março e abril, no período de 60 dias de atendimento realizado pela Atenção Primária com o apoio do Expresso Saúde IMEPAC Centro Universitário, houve aproximadamente 12.256 atendimentos, sendo:
- Consolidado março
- Consultas: 1.988
- Hemograma:1.108
- Notificações (SINAN): 976
- Hidratação/Medicação: 800
- TOTAL DE PROCEDIMENTOS: 4.872
- Consolidado abril
- Consultas: 2.508
- Hemograma:1.594
- Notificações (SINAN): 1.189
- Hidratação/Medicação: 1.150
- TOTAL DE PROCEDIMENTOS: 6.641
- Consolidado maio
- Consultas: 288
- Hemograma:213
- Notificações (SINAN): 140
- Hidratação/Medicação: 102
- TOTAL DE PROCEDIMENTOS: 749
CONSOLIDADO GERAL: 12.256
METODOLOGIA
Neste estudo foram utilizados os números de casos de dengue em residentes no estado de Minas Gerais e no município de Araguari – MG, no período de janeiro a abril de 2019. Os dados foram obtidos no Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus (22/04) de Minas Gerais e fornecidos pela Epidemiologia e Secretaria de Saúde de Araguari – MG.
CONCLUSÃO
Com os dados que foram obtidos pela Atenção Primária de Araguari\MG foi detectado um grande número de casos de dengue. Os altos índices demostram a falta de comprometimento da população em relação aos cuidados de prevenção contra o Aedes aegypti. Educar a população não é fácil, há o enfrentamento de barreiras culturais e econômicas, ao mesmo tempo, é a educação a meio mais eficaz para combater a dengue. Por tanto, o enfermeiro na atenção primária possui atribuições essenciais na luta contra a dengue, através de reeducação de qualidade para toda equipe de enfermagem, para que esse conhecimento seja transmitido para a população em forma de conscientização para o combate da patologia epidêmica da dengue.
Por: Larissa Shelini Alethea dos Reis – Preceptora 9º período Enfermagem / Ana Carolina Moura, Cassia Rodrigues Mota, Fernanda Cardoso Nunes, Mariana Lorrany Souza Barros, Nathane Silva Batista, Renata Firmino Campos Cardoso (Alunas 9º período – Enfermagem)
REFERÊNCIA
- LARISSA B. A. DIAS, SÉRGIO C.L. DE ALMEIDA, TISSIANA M.DE HAES, LETÍCIA M. MOTA, J. S. R.-F. Dengue: transmissão, aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento. v. 43, n. 2, p. 144, 2010.
- MINISTÉRIO DA SAUDE. Boletim Epidemiologico de Monitoramento dos Casos de Dengue, Chikungunya e Zika Virus. 2019
- ROSELI DE JESUS LOPES DA LUZ SANTOS, ERICA PEREIRA DE SOUSA, E. M. DE M. A. Brazilian Journal of health Review O processo de enfermagem no cuidado da dengue. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 2, p. p.6 1078-1085, 2019.
- TEIXEIRA, M. G., Barreto, M.L., GUERRA, Z. Epidemiologia e Medidas de Prevenção do Dengue., 1999