Nos dias de hoje, em virtude das facilidades tecnológicas e a crescente valorização das atividades intelectuais, a população mundial tem realizado cada vez menos atividade física, assim, se tornando indivíduos cada vez mais sedentários. Essa considerável diminuição na atividade física, tem sido reconhecida como um dos principais fatores de risco para a mortalidade mundial (Stamatakis et al., 2019).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018 mostra que, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco crianças não praticam atividade física o suficiente, por conseguinte, lança uma ação global sobre atividade física para reduzir comportamento sedentário e promover a saúde (WHO, 2018) afim de diminuir o sedentarismo em 15% até 2030. Por isso, é de suma importância que os profissionais da área da saúde conheçam as quantidades mínimas de atividade física recomendadas, com a finalidade de promover e manter integridade física desde crianças até o envelhecimento.
As diretrizes do Colégio Americano em Medicina Esportiva (ACSM) recomendam uma quantidade mínima de exercício físico, a fim de promover adaptações nos sistemas cardiorrespiratório, muscular e ósseo. Segundo as recomendações do ACSM (Medicine et al., 2001; Stand, 2009; Medicine, 2013), crianças e adolescentes com idade entre 6 a 17 anos necessitam realizar 60 minutos por dia de atividade física, com intensidade moderada a vigorosa, incluírem em sua rotina o treinamento contra resistências (ex. musculação) ou atividades que promovam adaptações ósseas durante, pelo menos, 3 dias por semana.
O exercício físico nessa idade promove efeitos benéficos na saúde como: desenvolvimento de tecido musculoesquelético saudável (ossos, músculos e articulações), desenvolvimento de um sistema cardiovascular saudável (coração e pulmões), desenvolvimento da consciência neuromuscular (coordenação e controle de movimentos), controle da ansiedade e depressão, auxílio no desenvolvimento social e de autoestima, etc. Importante salientar que, crianças podem e devem realizar treinamento de força, desde que seja em doses corretas e sempre prescritas por um profissional competente de educação física;
respeitando todas e quaisquer limitações advindas de fatores associados a idade, fatores biológicos e psicológicos.
Para adultos de 18 a 64 anos, são recomendados exercícios aeróbios com intensidade moderada, com o mínimo de 30 minutos, sendo 5 dias por semana; ou exercícios intensos com o mínimo de 20 minutos 3 dias por semana. Tendo ainda como opção combinações entre exercícios moderados e intensos. A musculação é recomendada para adultos iniciantes de 2 a 3 dias por semana, enquanto para indivíduos intermediários recomenda-se de 3 a 4 dias por semana, já para indivíduos avançados é necessário progredir o treinamento para 5 a 6 dias por semana. O exercício bem planejado nessa idade é capaz de promover melhorias da aptidão cardiorrespiratória e muscular, melhoria da saúde óssea, redução do risco de morte por doença cardíaca coronária, pressão arterial alta, acidente vascular encefálico, diabetes mellitus tipo 2, síndrome metabólica, depressão, menor risco de fratura do quadril ou vertebral e também manutenção da massa corporal (peso).
Para a população idosa são sugeridas as mesmas recomendações que são propostas para os adultos, respeitando primeiramente quaisquer limitações que possam ser encontradas nessa população, como por exemplo, dificuldade de mobilidade ou da realização de algum movimento em específico, uso de fármacos que possam promover desajustes nos parâmetros fisiológicos e biológicos.
Com o propósito de melhorar os parâmetros da saúde de crianças, adolescentes e idosos, é importante que os mesmos deixem a condição de sedentários, para isso necessitam realizar o mínimo de atividade física proposto.
Por: Professor Me. Gederson K. Gomes, do curso de Educação Física do IMEPAC