Quando falamos em desenvolvimento de novos produtos, logo as pessoas já imaginam algo inovador que vá trazer um diferencial único em determinado segmento ou desempenhando determinada função.
Porém, convém lembrarmos que desenvolver um produto novo significa sim pensar em inovação, porém uma “inovação vendável”. Não adianta pensarmos em produto único e revolucionário se este não tiver mercado.
Inovação é sinônimo de venda e/ou lucratividade. É sim, pensar em algo diferente para, de repente, conquistar um novo nicho de mercado ou até mesmo superar concorrentes, de modo que isto vá de fato interessar ao seu cliente.
Vejamos um fato prático para que se torne mais evidente a importância de um novo que atinja o mercado. Na região nordeste de nosso país, o consumo de feijão é grande. Pensando nisso, um pesquisador resolveu criar uma linhagem de feijão que cozinharia mais rápido e que ainda apresentaria uma quantidade maior de vitaminas comparado ao comum. Ótimo! Quem não gostaria de um feijão que lhe poupasse tempo de cozimento e uso de gás ou eletricidade, e ainda lhe fornecesse uma quantidade superior de vitaminas?
Conclusão: o experimento deu certo e o feijão atingiu as expectativas do pesquisador. O “famoso feijão” foi para o mercado. Porém havia um detalhe que passou despercebido na pesquisa, a coloração do feijão que era esbranquiçada.
Logo, o consumidor não foi conquistado pelas promessas do feijão devido a aparência destoante do feijão comum. Enfim, tivemos um experimento bem-sucedido, mas sem alcançar um intuito muito importante: o de venda. Faltou avaliar se na visão do consumidor aquela coloração não seria algo impeditivo para compra, faltou análise de mercado. Houve o desenvolvimento de um novo produto, mas sem concluir a inovação, pois não atingiu mercado.
Enfim, vale lembrar sempre que ao se pensar em algo “inovador” é necessário questionar-se: alguém compraria minha ideia?
Autoria: Profa. Daniela A. Dantas do curso de Engenharia de Produção