A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior do pescoço, ela atua na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É importante avaliar os hormônios relacionados ao bom funcionamento da tireoide (TSH, T3 e T4), pois são essenciais para garantir o equilíbrio, harmonia do organismo e o desenvolvimento do cérebro.
Quando a tireoide libera hormônios em excesso causa o hipertireoidismo com sintomas característicos: taquicardia (coração dispara); quadros de diarreia; nervosismo; inquietude; perda de peso; pele oleosa; cansaço e pouco sono, no entanto, quando há produção hormonal insuficiente ocorre o hipotireoidismo, apresentando sintomas opostos aos relatados acima, incluindo aqui a queda de cabelos que é muito frequente.
A tireoide é responsável não apenas pela ação hormonal orgânica, mas também pela regulação de distúrbios psiquiátricos, como a depressão. Portanto, é necessária a realização de um bom rastreio da doença de hipotireoidismo em pacientes com desordens psiquiátricas prévias, como a depressão.
O transtorno depressivo é um problema que atinge grande parte da população mundial e, em alguns casos, pode afetar pessoas que possuem alguma disfunção na tireoide.
Estudos recentes indicam que cerca de 30% dos pacientes com depressão apresentam hipotireoidismo e, em contrapartida, 50% dos pacientes com hipotireoidismo são depressivos.
Indivíduos com hipotireoidismo evidente e com hipotireoidismo sub clínico revelam maior vulnerabilidade á patologia depressiva.
Alguns autores indicam a investigação dos hormônios tireoidianos na abordagem do paciente deprimido, bem como em casos de depressão refratária, uma vez que é elevada na população a frequência de casos com hipotireoidismo, torna-se necessário a realização de um bom rastreio da doença em pacientes com quadro depressivo.
Por: Norma Cristina de Sousa
Farmacêutica e docente do Curso de Farmácia do IMEPAC Centro Universitário
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