Na minha carreira profissional vi, por diversas vezes, pessoas talentosas (em matemática, física, biologia, etc.) perderem espaço para pessoas esforçadas e determinadas, que não eram tão talentosas naquela atividade em particular, mas faziam o suor sobrepor-se ao talento natural.
Perseverança não é uma questão de talento. Ninguém tem talento para “perseverar”. Nem mesmo é uma questão de tempo. É sobre atitude. Perseverança significa sucesso porque você está determinado a algo, não destinado a algo.
A diligência espanta todos os males. Quem faz com diligência, aquieta-se na satisfação do trabalho bem feito. O displicente agoniza numa vastidão de miséria e vazio. É o caminho mais curto para a depressão.
Por que escrevo isto? Todos os anos, milhares de jovens se formam ou ingressam em uma faculdade sem saber se escolheram a profissão certa. Eu reforço: o certo é fazer o certo.
Faça isto e você se blinda de todos os maus caminhos. Às vezes, você poderá cansar-se, entristecer-se momentaneamente, pois você é humano, mas o espírito permanecerá inabalável.
Não que a escolha de uma profissão que tenha a ver com você não seja algo importante; é! Todavia, ainda que faça uma escolha considerada acertada, sem o compromisso da diligência, a empreitada transforma-se num martírio.
Existe uma máxima na sociedade brasileira, que prega que o importante é ser feliz. Viva buscando a “felicidade” e você cairá em um poço de miséria e insatisfação. No entanto, busque o caminho da gratidão, solicitude, empenho, diligência e determinação, que a felicidade aquietar-se-á perto de ti de forma inseparável.
A sabedoria às vezes parece loucura…
A vida de todo profissional é, antes de tudo, um servir. É um sacrificar-se à medida que utiliza todo conhecimento que possui para melhorar a vida das pessoas que estão ao seu redor. Não importa se você é médico, engenheiro ou professor. Você nasceu para servir. Aquele que mais serve, será sempre o primeiro de todos. O primeiro a ter paz, o primeiro a ter satisfação, o primeiro a ser feliz. Não que o servir – trabalhando contra si mesmo – transforme-se numa competição. Mas antes, essa é a natureza mesma da coisa.
O número de suicídios entre os jovens – especialmente universitários – é um dado alarmante. Creio, sinceramente, que boa parte destes casos estão relacionados à falta de sentido e sentimento de missão que cada um tem que ter.
A partir do momento que você entende que, não importando a sua escolha profissional, seu esforço prevalecerá contra o talento natural (claro que ele ajuda), entende que o importante é fazer bem feito e que acima de tudo, você nasceu para servir, para dar o melhor de si para fazer da vida das pessoas algo um tantinho melhor, e, sendo assim, passa a não existir mais espaço para a dissonância emocional e para a falta de sentido, aquilo que o psiquiatra judeu Viktor Frankl denominou em seu livro “Man’s Search for meaning” de “a experiência do absurdo”.
Seja um profissional que vive para servir e você será rei de si mesmo.
Por: Prof. Frederico Barbosa