O câncer de mama hoje é, sem dúvida, um dos maiores problemas em se tratando de saúde pública, sendo a neoplasia maligna que mais acomete as mulheres em grande parte do mundo. Como apontando por Bray (2018), segundo as últimas estatísticas mundiais do Globocan (Observatório Global do Câncer) que é uma base de dados sobre o câncer, no ano de 2018 foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 627 mil óbitos por essa patologia.
De acordo com estimativa de incidência de câncer no Brasil, apontado pelo INCA – Instituto nacional de Câncer, o número de casos de câncer de mama feminina no Brasil, para 2019, foi de 59.700. Nas regiões metropolitanas e capitais, esse número corresponde a 19.920 novos casos anualmente, sendo que a taxa bruta de incidência estimada foi de 56,33 por 100 mil mulheres para todo o Brasil e 80,33 por 100 mil mulheres nas capitais (INCA, 2017).
Para um melhor controle e tratamento do câncer de mama é imprescindível uma detecção precoce da doença, principalmente, em decorrência das altas taxas de morbimortalidade e do diagnóstico tardio, presentes no Brasil. Essa medida tem como componentes o diagnóstico precoce e o rastreamento oportunístico ou organizado, realizados por meio de mamografia (MMG), exame clínico (ECM) e autoexame das mamas (AEM). Dentre esses métodos, a MMG vem sendo considerado o padrão-ouro para rastreamento da população alvo e tem contribuído para detecção inicial desse tipo de câncer (INCA, 2016; BRASIL, 2006).
A atuação do enfermeiro na Atenção Primária de Saúde para a detecção precoce do câncer de mama é fundamental para estimular a adesão da mulher, aproveitando todos os atendimentos feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), incluindo ações de promoção à saúde e até de tratamento e reabilitação, o que pode potencializar seu papel de agente de mudanças, devido a sua estreita proximidade com as usuárias. (BRASIL, 2006; JÁCOME et al., 2011).
Quanto às atribuições do enfermeiro no controle do câncer de mama destacam-se: realizar consulta de enfermagem; o exame clínico (ECM) de acordo com a faixa etária e quadro clínico; examinar e avaliar sinais e sintomas relacionados à neoplasia; solicitar e avaliar exames de acordo com os protocolos locais; encaminhar e acompanhar nos serviços de referência para diagnóstico e/ou tratamento; realizar e participar das atividades de educação permanente. (BRASIL, 2006)
Professor do curso de Enfermagem do IMEPAC.
Referências:
BRAY, F. et al. Global Cancer Statistics 2018: GLOBOCAN Estimates of Incidence and Mortality Worldwide for 36 Cancers in 185 Countries. CA: a Cancer Journal for Clinicians, v. 68, n. 6, p. 394-424, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006. [Cadernos de Atenção Básica, n. 13. Série A. Normas e Manuais Técnicos].
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM no. 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [citado 2016 Out 3]. Disponível em: http://dab.saude. gov.br/docs/legislacao/portaria_648_28_03_2006.pdf.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2017.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2016. Disponível em < http://www.inca.gov.br/bvscontrolecancer/publicacoes/edicao/Estimativa_2016.pdf.
JÁCOME, E.M, et al. Detecção do Câncer de Mama: Conhecimento, Atitude e Prática dos Médicos e Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Mossoró, RN, Brasil. Rev Bras Cancerol, v. 57, n. 2, p.189-198, 2011.