Metodologias de aprendizagem ativa: o novo jeito de ensinar e aprender - IMEPAC

Metodologias de aprendizagem ativa: o novo jeito de ensinar e aprender

O relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, produzido sob a presidência de Jacques Delors, para a UNESCO, intitulado Educação: um tesouro a descobrir, apresentou ao mundo, na década de 1990, os quatro pilares sobre os quais as nações deveriam enfatizar suas aprendizagens no novo século que iria começar: “Aprender a conhecer“, “Aprender a fazer“, “Aprender a conviver” e “Aprender a ser“.

O relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), sugere ser necessário repensar o que é ensinado, como é ensinado e como a aprendizagem é avaliada. O relatório afirma ainda que, no século XX, o conceito de aprendizagem teve desenvolvimentos importantes, sendo na atualidade a concepção do socio construtivismo a mais dominante. Segundo Driscoll (1994), por exemplo, a aprendizagem é uma mudança persistente da interação do aprendiz com o ambiente, constrói-se, portanto, ativamente no contorno social, por meio de negociação com pares e outras pessoas.

Mesmo diante de tais colocações o modelo de aula mais predominante nos ambientes de ensino ainda é a aula expositiva, geralmente na apresentação de informação verbal do professor a um grupo de estudantes, observando-se pouca atividade aberta e pouco entrosamento entre estudantes e professor; somente em alguns casos a palavra do professor é interrompida por comentários e perguntas.

Todo professor em algum momento também foi aluno, e muitos continuando sendo, e é inevitável que o processo de replicar os métodos pelos quais aprenderam aconteça de forma natural, pois atuamos dentro da concepção de mundo conhecida por cada um.

Os relatos de divergências entre professores e alunos são cada vez mais constantes, um lado questiona o quanto os aprendizes estão mais agitados e desprendidos das regras, do outro o quanto os docentes estão distantes de sua realidade. Esse é um ponto de partida interessante para construção de um diálogo que possa aproximar as partes em prol de um aprendizado significativo para ambos: alunos e professores.

Para Ghiraldelli Junior (2011), os professores devem buscar na didática a organização do processo de socialização realizado no contexto escolar, por meio do emprego de métodos e técnicas que norteiam a prática de ensino do professor. De acordo com o autor, a boa didática é a que incentiva a produção e não a reprodução, a divergência muito mais que a convergência, a crítica em lugar da tranquila aceitação, a dúvida em detrimento das certezas preestabelecidas, o erro provisório em lugar do acerto fácil.

Assim, as metodologias de aprendizagem ativa, trazem o aluno para o centro das discussões, ele se torna o agente principal da construção do aprendizado. Malpartida e Martins (2013) ressaltam que aprender é um ato interno, pessoal e voluntário, efetivado pelo aprendiz na medida em que se constrói e se assume o sujeito de seu processo cognitivo; isto implica volição, compromisso, desejo, responsabilidade, esforço e disciplina.

Para Malpartida e Martins (2013), discutir sobre metodologia de aprendizagem ativa tornando-a como centro das discussões, revela o questionamento em que se colocam as formas tradicionais de ensino e aprendizagem, centradas na transmissão/assimilação e reduzidas à memorização. Para os autores, enfocar metodologias de aprendizagem ativa significa pontuar uma outra forma relacional entre professores e alunos.

Certamente essa é uma nova forma de viver a educação, uma vez que muito alunos estão habituados a receber um conteúdo formatado e decorá-lo para realizar uma prova e os professores estão condicionados a algumas diretrizes nacionais que exigem a aplicação de uma avaliação formativa e métodos ainda convencionais de ensino.

Ao utilizar as metodologias de aprendizagem ativa a figura do professor é substituída pelo Educador, e é ele quem direciona e conduz o processo ensino-aprendizagem. O aluno é visto como uma pessoa concreta objetiva, que determina e é determinada pelas dimensões histórica, social, política, econômica e individual. Os objetivos de aprendizagem são definidos a partir das necessidades concretas do contexto histórico-social no qual se encontram os sujeitos.

A mudança certamente está acontecendo, de forma gradativa. Algumas metodologias já são aplicadas com muita propriedade por professores: “Sala de aula invertida”, “Instrução por pares”, “Gamification”, “Rotação de estações”, “Arco de Maguerez”, entre muitas outras.

Para Morin (2011) ser o professor é conseguir integrar, harmoniosamente e com amor, as habilidades antes treinadas em separado. Ressalta ainda que, se em cada habilidade ele se coloca, sua humanidade ultrapassará a técnica, conferindo-lhe espaços inusitados. Pontua que não se trata de negar as bases técnico-científicas em que se assenta a Didática, mas de, em as mantendo, acrescentar-lhes uma possibilidade a mais – a da ousadia, a do incomum, a do ilógico, a ênfase a tudo o que foge aos padrões cotidianos e rotineiros.

Aqui no IMEPAC nossos docentes são constantemente instigados a investir em formas diferentes de ensinar, participando de oficinas, cursos e palestras e entregarem o que há de melhor aos nossos alunos. Nosso projeto Integrador, que utiliza a metodologia de problematização do Arco de Maguerez, é um case de sucesso, impulsionando vários trabalhos que culminam com a intervenção direta na sociedade.

No curso de pedagogia nossos(as) alunos(as) aprendem de forma prática sobre algumas dessas metodologias, pois buscamos a formação de profissionais que enriqueçam nossa comunidade, fazendo a diferença para nossas futuras gerações.

Fique antenado(a) sobre esse tema e sobre tudo que acontece no curso de Pedagogia, siga nosso perfil no Instagram @pedagogiaimepac e venha estudar conosco, aqui aprendemos e crescemos juntos!

 

Por: Danilo Faria de Moura

Professor do curso de Pedagogia

 

REFERÊNCIAS

DRISCOLL, M. P. Psychology of learning for instruction. Boston: Allyn and Bacon, 1994.

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da educação brasileira. 4. ed. São Paulo: 2011.

MALPARTIDA, H. M. G.; MARTINS, A. K. A. Metodologias ativas de aprendizagem no ensino superior: relatos e reflexões. São Paulo: Intermeios, 2015.

MATTAR, J. Metodologias ativas: para a educação presencial, blended e a distância. 1. Ed. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento/tradução. Rio de Janeiro, 2011.