Qualidade do sono de estudantes universitários

Qualidade do sono de estudantes universitários

A literatura científica evidencia que a má qualidade do sono afeta diretamente a qualidade de vida. O sono é uma função biológica fundamental na consolidação da memória, na termorregulação, na conservação e restauração da energia, e na restauração do metabolismo energético cerebral. Devido a essas importantes funções, as perturbações do sono podem acarretar alterações significativas no funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social do indivíduo.

Estudantes universitários normalmente apresentam um padrão de sono irregular, devido a fatores ambientais, como orientação reduzida dos pais e liberdade de escolher sua própria hora de dormir, aumento do estresse acadêmico, aumento do tempo gasto em atividades de estudo ou extracurriculares, sendo caracterizado por uma curta duração de sono nos dias de semana e longa duração de sono nos finais de semana e tais irregularidades podem repercutir negativamente na saúde desses jovens.

A má qualidade do sono associada à curta duração do sono pode estar envolvida com o desenvolvimento de doenças metabólicas e nutricionais, como obesidade, diabetes mellitus e síndrome metabólica. Além disso, está bem documentado na literatura que a restrição do sono pode levar a alterações importantes no padrão alimentar, como o aumento do consumo de alimentos ricos em calorias com alto teor de carboidratos e gordura (doces e salgados) e menor consumo de frutas e vegetais. Essas mudanças no comportamento alimentar parecem ser influenciadas pelas modificações dos hormônios que afetam a saciedade e a fome, principalmente a leptina e a grelina, devido à restrição do sono associada e ao desalinhamento circadiano.

Portanto, sabendo-se que esse prejuízo na qualidade do sono interfere diretamente na eficácia acadêmica, na ordem emocional e no consumo alimentar refletindo na qualidade de vida, ressalta-se a importância da mensuração da qualidade do sono em estudantes universitários, além do acompanhamento desse aspecto nas diferentes fases da graduação.

 

Por: Laura Cristina Tibiletti Balieiro

Professora do curso de nutrição