IMEPAC celebra o Dia da Consciência Negra - IMEPAC

IMEPAC celebra o Dia da Consciência Negra

A data foi marcada pela apresentação do terno Moçambique Branco de Araguari

Na segunda-feira, 21 de novembro, o IMEPAC promoveu um ato em celebração ao Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20. A comunidade do congado Moçambique Branco de Araguari fez uma apresentação durante o intervalo, mostrando toda cultura do sincretismo das tradições católicas com as origens africanas.

Atualmente o Centro Universitário IMEPAC tem cerca de 850 alunos matriculados autodeclarados pretos ou pardos. A instituição tem em sua missão a promoção da formação integral do aluno, com vistas ao progresso da sociedade e respeito à diversidade, e suas políticas seguem os preceitos básicos da proteção e valorização de um ambiental plural. A Pró-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão, Divânia Araújo Freitas, reforça que estão expressas no regimento interno, como norma válida para todos os alunos, servidores técnico-administrativos e docentes, ações de combate a qualquer tipo de discriminação racial na instituição, com penalidades a quem comete atos racistas ou preconceituosos.

“Cumprimos com as exigências, previstas na legislação brasileira, de abordagem de conteúdos relativos à educação de relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, de forma transversal em todos os cursos”, explica a pró-reitora. “Promovemos também a diversidade do nosso corpo técnico-administrativo e docente, pois nossa política de contratação preserva o combate a qualquer tipo de discriminação, a fim de termos um ambiente o mais diverso possível”, acrescenta Divânia.

De acordo com a coordenadora do CEPEC, Lucille Garcia, para além das exigências legais, o IMEPAC tem o compromisso de promover debates e ações práticas sobre temas inspirados nos valores humanistas e embasados em princípios da liberdade, equidade e diversidade, que garantam a formação de um ambiente saudável e de promoção da igualdade, bem como a valorização e proteção às diversidades e o combate ao preconceito e à intolerância de qualquer natureza.

Saiba mais sobre a comunidade Moçambique Branco de Araguari

O congado é uma celebração afro-brasileira em homenagem a São Benedito, Santa Efigênia e Nossa Senhora do Rosário. Os participantes se manifestam por meio da dança, música e muitas cores, reunindo elementos da cultura cristã e da cultura africana. As guardas de Moçambique se diferenciam do congado em alguns aspectos, como cores das roupas, instrumentos musicais, tipos de danças realizadas, entre outros detalhes, mas têm em comum a devoção aos santos e os cortejos.

O terno de Moçambique Branco de Araguari foi fundado em 1929 e hoje é coordenado pelo Capitão-mor João Batista da Silva e seu filho, Capitão Jeferson Jorge. Há cerca de 200 participantes (componentes fardados) e 250 indiretos (adeptos).

Batista iniciou no terno como cantador de bizarria e, ao longo de 53 anos de participação, passou por provas e rituais, até ser elevado a Capitão-mor, sendo o mais velho e experiente do grupo. “Minha missão é passar conhecimento para os familiares e mais próximos, para não deixar a história morrer. Tenho filhos e netos integrando o terno, seja como capitão, como o Jeferson, ou como caixeiros, cantores, carregadores de bandeiras e estandartes, cada um cumprindo o seu papel”, afirma.

O senhor João Batista é referência para vários ternos da região do Triângulo Mineiro e já levou seu conhecimento para cidades como Araxá, Uberlândia, Catalão, Pires do Rio, Romaria, Ituiutaba e Patos de Minas.

Congado em Araguari

No municipio de Araguari, a “Festa do Congado” representa uma das mais expressivas manifestações culturais do sendo considerada um patrimônio da cidade. São mais de 14 ternos divididos em congos e moçambiques. Além do Moçambique Branco a cidade conta com Congo Verde; De Ouro; Santa Isabel; 13 de Maio, Azul; Branco, Nossa Sr ª. da Guia; Marinheiro de São Benedito; Princesa Isabel e Congo Catupé Cacunda, e também os Moçambiques Sainha Azul; Dourado e de Angola.


Outra representante é Onézia de Fátima Santos Machado, que ingressou na comunidade Congo Verde em 1977. “Meu tio Geraldo Pires era folião de Santos Reis e começou a dançar no congado. Como a barraca ficava próxima da minha casa, minha mãe ajudava no que podia. Passei a fazer parte do terno com 7 anos, carregando uma das bandeiras-guias. Com 16 anos comecei a carregar o estandarte de São Benedito até os meus 22 anos, quando me casei e fui ajudar na organização do terno. Recebi essa herança ancestral e, para mim, é uma honra poder continuar essa tradição na cidade de Araguari”.