Desde as épocas mais remotas, o ser humano utiliza agricultura como forma de sobrevivência e adaptação ao meio. Ainda nos tempos atuais, a agricultura e produção animal são fonte de sobrevivência, e se tornaram ainda fonte de renda, através da comercialização de seus produtos.
De acordo com dados disponibilizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), o setor agrícola foi responsável pelo faturamento de 21,4% do valor total do PIB brasileiro no ano de 2019, que foi de R$ 7,3 trilhões.
Em tempos não convencionais como este no qual estamos vivendo, passando por uma pandemia que vem regulando as formas de consumo e reduzindo os faturamentos de diversos setores da indústria e comércio, conseguimos visualizar o setor agrícola como base consolidadora da economia no país.
Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a previsão de crescimento do PIB agropecuário era de 2,5% em 2020, considerando o cenário de estresse implantado pela pandemia a previsão passou para 1,3% de aumento, sustentado principalmente pela lavoura, e ainda assim o aumento em 2020 será maior do que o registrado em 2019. Ainda segundo o IPEA, o principal motivo da redução não é a pandemia em si, mas a queda de colheita de soja no Rio Grande do Sul. Em contrapartida, produção de bens de consumo no mês de abril despencou 80% em relação a 2019, o que sinaliza uma crise acentuada no setor (IBGE).
No momento em que projetamos o futuro, o cenário agrícola se torna promissor, considerando que a demanda por alimentos continuará crescendo na mesma proporção do aumento populacional, e que o Brasil dispõe de terra e tecnologia produtiva a fim de atender essa demanda.
Para os próximos 8 anos, segundo dados da FAO (2018), a previsão é que a demanda por alimentos no mundo cresça em 50%, o que obriga a agricultura (seus profissionais de forma direta) a se atualizar sempre, tanto em acervo tecnológico quanto na capacitação, com a finalidade de se produzir mais em uma mesma área cultivada.
A crise que vivemos neste instante é sem precedentes, mas conseguimos verificar que a atuação do mercado agrícola será determinante para o sucesso ou insucesso do reestabelecimento econômico dos países.
Enfim, o mercado agrícola se posiciona na vertente contrária dos demais mercados no mundo, pois enquanto a maioria dos setores “nada contra a maré”, observando as baixas de faturamento e produção, necessitando fazer demissões em larga escala, o setor agrícola surpreende, aumentando as taxas de produção, gerando renda e estabilidade econômica para o país.
Por: Profa. Natalia Oliveira
Coordenadora do curso de Agronomia