O Gestor de Recursos Humanos na “Era da Incerteza” - IMEPAC

O Gestor de Recursos Humanos na “Era da Incerteza”

Inovação se tornou palavra de ordem no mundo corporativo. O ritmo quase alucinado com que as inovações e as mudanças têm ocorrido trouxe, aos gestores, desafios contínuos e incertos.

Parafraseando o economista e filósofo John Kenneth Galbraith (19082006), em conceito apresentado em 1977, nestas duas primeiras décadas do século XXI, o mundo, as corporações e, consequentemente, os gestores passaram a planejar e a competir na verdadeira “Era da Incerteza”.

Nada mais pode ser dito como pronto, realizado e acabado. Nada mais é definitivo ou absoluto e quaisquer métodos ou técnicas, por mais inovadoras que se apresentem, serão rapidamente superados e em pouquíssimo tempo. Neste sentido, cumpre destacar a célebre frase de Peter Drucker (1909-2005), “A única coisa que sabemos é que o futuro será totalmente diferente.”

Para os gestores, em qualquer área de atuação, as “cobranças”, quanto às Competências, Habilidades e Atitudes, se apresentam, no dia a dia, como desafios que exigem superação constante.

No campo de atuação do Gestor de Recursos Humanos, estes desafios de inovação são, ainda, mais latentes, pois pessoas têm desejos, objetivos e emoções, e não possuem botões de ON/OFF.

O Gestor de Recursos Humanos, exclusivamente, especializado em rotinas trabalhistas está fadado ao esquecimento e, quiçá, ao desaparecimento. Para estas rotinas existem magníficos softwares de gestão da informação, que realizam muito bem as funções para as quais foram desenvolvidos.

Ao Gestor de Recursos Humanos que, também, se assegura atrás de uma mesa ou se confina em uma sala com alguns diplomas e certificados presos às paredes, o futuro, de forma análoga, tende ao aumento de ameaças e obstáculos.

Aportando as palavras de Charles Chaplin (1989-1977), em “O Grande Ditador” (1940), “Não sois máquinas! Homens é que sois!”, ao Gestor de Recursos Humanos serão cada vez mais exigidos conhecimentos, habilidades e atitudes que fujam do mero mecanicismo da função. Estagnação de carreira é cenário inconcebível; comodismo é inaceitável, e incompetência é intolerável.

Mais do que Gestor de Recursos Humanos, a “Era da Incerteza” exige Gestores de Pessoas que exerçam um verdadeiro sacerdócio, que tenham comprometimento, na real função de liderança, com seus liderados e que não os vejam apenas como um número no livro de registro de empregados.

É crucial que este Gestor de Pessoas seja competente, ágil, inovador, criativo, e acima de tudo, um profissional altamente atualizado, preparado e culto sobre os mais distintos saberes do conhecimento humano. Ele precisa ser bem informado sobre tudo e sobre todas as pessoas em sua organização.

Precisa ter consciência profunda sobre seu papel e missão na organização em que trabalha e precisa ser um indivíduo preparado e culto, versátil em diferentes saberes administrativos,  respeitado e admirado pela comunidade corporativa a qual serve.

O que os gestores necessitam de verdade é enxergar os seus recursos humanos como humanos e não como custos ou despesas que devem ser cortados na primeira crise que se desenha no horizonte.

Assim, o relacionamento interpessoal e a inteligência emocional são duas características marcantes em qualquer pessoa, mas para o Gestor de RH (Pessoas) são atributos essenciais.

Mudanças são necessárias, em todas as áreas, em todos os sentidos. O grande problema é a estagnação – e estagnados, muitos estão, alguns por comodismo, outros por incompetência.

Para a incompetência, há futuro na educação, pois esta é a grande redentora, promovendo o desenvolvimento de competências e habilidades. Para os acomodados, pouco há o que se fazer, pois exige atitude e esta é uma relação intrapessoal.

 

Por: Prof. Me. César Antonio de Oliveira

Economista e Administrador

Mestre em Desenvolvimento Econômico

Especialista em Gestão de Recursos Humanos

Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos – IMEPAC